A gasolina é um desses exemplos de como o Brasil é um país
surpreendente. Quando o preço do petróleo estava nas alturas no mundo inteiro,
por aqui ele ficou praticamente congelado.
E agora que o óleo está sobrando os preços derretem no
mercado internacional e por aqui a gasolina vai ficar mais cara.
O anúncio foi feito esta semana. O governo federal vai
aumentar os impostos dos combustíveis. A nova alíquota do PIS Cofins será
cobrada a partir de fevereiro. E a Cide, taxa que estava zerada desde 2012, vai
voltar em três meses.
Nas refinarias, o litro da gasolina deve subir R$ 0,22. E o
diesel, R$ 0,15. O custo final para o consumidor pode ser ainda maior. No pico
da alta, no mercado internacional, o barril do petróleo chegou a custar U$ 107
em junho de 2014. Agora vem sendo cotado por menos da metade.
Tendência que não se aplica ao Brasil. O Centro Brasileiro
de Infraestrutura fez a comparação.
Enquanto a gasolina estava em alta no
exterior, o preço era mais baixo no Brasil. E quando o valor caiu lá fora, aqui
começou a subir.
No início de 2015, o produto está quase 70% mais caro do que
no mercado internacional. O diesel custa 53% a mais.
Com o anúncio do governo sobre o aumento das alíquotas de
tributos sobre combustíveis, o consumidor vai ter que pagar mais caro, mesmo
com o preço do barril em queda lá fora. Mas por que o preço do combustível nas
bombas segue na contramão da cotação internacional do petróleo?
Segundo o Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, o
governo brasileiro represou os preços enquanto o valor do barril disparava no
mercado externo. E agora não consegue acompanhar a redução da cotação
estrangeira porque a Petrobras tenta recuperar o que perdeu nos últimos anos.
O especialista em energia Rafael Schechtman estima que o
prejuízo da empresa foi de R$ 13 bilhões por vender gasolina mais barata do que
no exterior. E calcula que a empresa precisará de seis meses para reequilibrar
as contas.
G1
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