A derrota da (ainda) presidente Dilma Rousseff (PT) no
processo de impeachment parece ter tirado do eixo o governador Flávio Dino
(PCdoB).
Desde antes do desfecho anunciado na Câmara Federal, Dino já
agia como militante estudantil, esbravejando “contra tudo isso que está aí”,
mas sem nenhuma ação efetiva em favor da presidente.
E o fracasso de sua articulação política o deixou ainda mais
fora da realidade.
Ex-juiz federal, advogado formado para impor sua opinião, o
governador nunca foi um expert em articulação. Tem dificuldades para ouvir, e
dá sinais de autoritarismo e centralismo a cada vez que se vê obrigado a
negociar posições.
Mas sua militância está passando dos limites.
Flávio Dino precisa voltar a governar o Maranhão, abandonado
a própria sorte desde o início do seu mandato, e com um futuro nada promissor
no pós-impeachment.
O comunista militante estudantil quebrou todas as lanças com
o Judiciário, com a imprensa e, principalmente, com o futuro governo, ao tachar
Michel Temer (PMDB) de golpista, antes, durante e depois da votação na Câmara.
A chamada para um ato de “homenagem aos que votaram contra o
impeachment” é uma tolice digna dos grêmios secundaristas e imaturos em
eleições de departamentos de escolas.
Este blog não consegue sequer imaginar deputados que votaram
contra a deposição de Dilma, como um Aluisio Mendes (PTN), um Pedro Fernandes
(PTB), um Júnior Marreca (PEN) – e muito menos um Waldir Maranhão (PP) –
esbravejando em praça pública um “fora Temer!”.
Eles não são tolos de gritar conta quem dará as cartas no
país até 2018.
Este ato de Dino deve ser marcado por presenças imberbes
como as de Rubens Júnior (PCdoB) e alguns militantes petistas e comunistas
recém-saído das fraldas ideológicas.
Fora do eixo da realidade – e com conselheiros também
distantes do cotidiano – Dino esqueceu que é um governador de estado eleito
para cuidar do estado.
E sua militância estudantil só trará mais problemas para o
Maranhão…
Por Marco Deça
Nenhum comentário:
Postar um comentário