Em seu primeiro depoimento diante do juiz da Lava Jato, o
marqueteiro que atuou nas campanhas eleitorais de Lula (2006) e Dilma Rousseff
(2010 e 2014) confessou que mentiu à Polícia Federal quando depôs aos
investigadores em fevereiro deste ano, logo após ser preso pela Lava Jato, para
‘preservar’ a presidente afastada Dilma Rousseff (PT).
Na ocasião, o marqueteiro disse que recebeu valores em
contas no exterior referentes a campanhas para as quais ele trabalhou em outros
países e negou que o dinheiro tinha relação com campanhas no Brasil. João
Santana e sua mulher e sócia Mônica Moura vinham atuando nos últimos anos em
campanhas petistas, mas também em campanhas presidenciais em outros países,
sobretudo na América Latina.
Nesta quinta-feira, 21, o casal negou sua própria versão
inicial e admitiu ter recebido o caixa 2 de US$ 4,5 milhões para quitar uma
dívida da campanha de Dilma de 2010. João Santana citou três fatores que,
segundo ele, pesaram para que mentisse em seu primeiro depoimento à Polícia
Federal: o psicológico (o ‘susto’ da prisão, e ele diz que não imaginava que
seria preso), o “profissional” (queria manter o sigilo do contrato com o PT) e
o “político”.
Em relação ao terceiro fator, Santana, que atuava como
conselheiro de campanhas e estratégias eleitorais da petista, disse que não
queria “destruir a presidência”, em um momento em que o impeachment de Dilma
Rousseff o impeachment da petista era discutido na Câmara.
“Eu raciocinava comigo, eu que ajudei de certa maneira a
eleição dela não seria a pessoa que iria destruir a presidência, trazer um
problema. Nessa época já iniciava o processo de impeachment, mas ainda não
havia nada aberto, e sabia que isso poderia gerar um grave problema até para o
próprio Brasil”, afirmou.
COM A PALAVRA, A ASSESSORIA DE DILMA:
A assessoria da presidente afastada Dilma Rousseff informou
que não iria se posicionar sobre o caso neste momento
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