Outro fator influenciado pelo mercado internacional foi a
queda no preço do minério de ferro internamente, pois, como a China diminui
suas importações, a Vale baixou o valor do produto, oferecendo assim mais
rentabilidade para as empresas processadoras. Com a retomada das operações, os
cerca de 200 empregados da Margusa serão chamados de volta para reocuparem seus
postos de trabalho, já que praticamente não houve demissões, apenas
afastamento, tendo boa parte recorrido ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT)
e os demais foram mantidos, mesmo com as atividades paralisadas.
De acordo com o
presidente do Grupo, Antônio Pontes Fonseca, a opção para que os trabalhadores
não tivessem seus vínculos cortados foi porque a empresa tinha consciência de
que a crise seria passageira e se tornaria mais caro um novo processo de
formação de equipe, já que exige treinamento dos operários, do que suportar por
alguns meses o pagamento dos salários.
Produção - Com uma capacidade instalada para produzir 250
mil toneladas/ano, a Margusa conta com dois altos fornos, que processam 20 mil
toneladas/mês. Com a reativação de apenas um, a produção deve ser retomada com
10 mil toneladas, mas tudo indica que até o início do próximo ano a empresa
esteja funcionando a pleno vapor.
Antônio Fonseca
acredita que as demais indústrias, de Pindaré-Mirim e de Açailândia,
pouco-a-pouco retomarão suas atividades e o setor voltará à sua plenitude até o
segundo semestre do próximo ano. Para Antônio Fonseca, com o câmbio elevado, o
ferro-gusa do Brasil voltou a encontrar mercado nos Estados Unidos e em países
europeus, que haviam se fechado devido à oferta do produto a preços mais
atraentes por outros fornecedores. “Não podemos afirmar se o câmbio alto é bom
ou ruim, mas ele é justo”, observa.
Além do comércio do
ferro-gusa, as industrias vêm sendo favorecidas com o surgimento de muitas
fábricas de cimento, que utilizam a escória de ferro como matéria prima. A
Margusa, por exemplo, se associou ao grupo francês LafargeHolcim para criação
da Icibra, que vai produzir o cimento Lafarge Super, utilizando a mesma
estrutura deixada pela Metalmam, em Bacabeira.
Retomada - O presidente do Sindicato das Indústrias de
Ferro-Gusa, Cláudio Azevedo, diz que, apesar do otimismo com a retomada das
atividades, algumas pendências ainda precisam ser resolvidas para que o setor
volte à sua capacidade normal. Uma delas seria a liberação dos créditos de ICMS
que têm no Governo do Estado, gerados pelos efeitos da Lei Kandir. Outra
pendência seria a emissão das licenças ambientais para as indústrias voltarem a
operar.
Cláudio Azevedo diz
que o abalo sofrido pelas indústrias de ferro-gusa trouxe graves consequências
para o Estado. Em Açailândia, por exemplo, centenas de empregos foram
encerrados e também perderam renda quem atuava indiretamente nessas empresas. O
mesmo teria ocorrido em Marabá (PA), onde o impacto no comércio foi muito forte
a ponto de até mesmo shopping-centers terem diminuído suas operações.
Via Maranhão Hoje
Via Maranhão Hoje
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