Um projeto que consiste no ensino de artes marciais a presos
do sistema penitenciário do Maranhão vem causando polêmica nas ruas, nos meios
de comunicação convencionais, na blogosfera e nas redes sociais. Iniciativa do
governo Flávio Dino (PCdoB), a prática de esportes de luta dentro do cárcere é
condenada pela maioria das pessoas, que vêm se manifestando contrários ao que
chamam de absurdo em todos os canais possíveis.
O ensino de artes marciais aos presidiários foi anunciado
pelo próprio secretário de Estado de Administração Penitenciária, Murilo
Andrade, em seus perfis no Facebook e no Instagram. Em postagem datada do
último dia 26, o titular da Seap postou um texto informando que “10
internos da UPR de Itapecuru-Mirim participaram de ação do projeto piloto
‘Creed’, que tem cono foco a oferta de atividades esportivas aos custodiados”.
Ao lado do texto, Andrade publicou uma foto que mostra um grupo de presos em
posição de combate.
Os comentários que se seguiram à postagem foram todos em tom
de reprovação. Alguns internautas opinaram que o ensino de artes marciais
deveria ser ministrado aos “agentes temporários e auxiliares (…), que precisam
de todos os conhecimentos necessários para manter a ordem e a disciplina dentro
do sistema prisional do Maranhão”, recomendou um seguidor. “A vida dos
trabalhadores no sistema penitenciário já é complicada e tende a piorar com os
internos praticando luta”, emendou outro.
Houve ainda quem defendesse a prática de outra modalidade
esportiva por entender que o ensino de artes marciais aos presos é temerário.
“Pois é, tanto esporte para eles oferecerem e oferecem artes marciais. Para
eles (os detentos) estarem preparados para a rebelião. Engraçado que pra
agentes e auxiliares é resumido os cursos”, comentou outro internauta. “Bonito
no papel, estranho na realidade, bem outra”, complementou outra.
Até o momento, nem a Seap, nem qualquer outro órgão do
governo Flávio Dino se pronunciou sobre o assunto. Os maranhenses esperam,
ansiosos, um posicionamento oficial que esclareça a novidade, repudiada desde
já pela maioria.
Via Daniel Matos/ O Estado