Em possível afã de defender a elevada máquina de arrecadação criada a partir da CPRv, o governador Flávio Dino (PCdoB) recriou um factoide: pelo Twitter, insinuou que políticos que combatem as ações da instituição podem estar a serviços de facções criminosas.
“Muito empenho de alguns políticos em combater ações policiais sérias no Maranhão, que estão reduzindo criminalidade. Fico preocupado se não estão a serviço de facções criminosas. Infelizmente esse tipo de infiltração acontece no Brasil. Com ações policiais sérias já evitamos milhares de mortes, com redução de homicídios, acidentes de trânsito etc. Claro que facções criminosas não querem Polícia nas ruas e nos bairros. Por isso acho esquisito a insistência em distorções e mentiras”, disparou.
Apesar de Dino não haver citado nomes, a insinuação — feita inicialmente por Márcio Jerry, eminência parda do Palácio dos Leões, nas eleições de 2016 — recai principalmente sobre o deputado estadual Wellington do Curso (PP).
Mesmo filiado a um partido da base governista na Assembleia Legislativa, Wellington tem mantido independência parlamentar desde o seu primeiro dia na Casa, tornado-se um dos principais fiscalizadores e combatentes dos desmandos e mazelas do governo comunista, principalmente no que diz respeito às blitze da CPRv para apreensão de veículos por atraso no IPVA, considerada ilegal à luz da Constituição Federal.
Ocorre que, esteja ou não Wellington dentre os políticos que Flávio Dino insinua ter suposta ligação com o crime organizado, não tendo o governador qualquer indício contra estes políticos, a informação disseminada por ele próprio no Twitter não passa de notícia falsa, de cunho político, com o objetivo de atingir e por em dúvida, diante da população, os adversários.
Por outro lado, se possui indícios de que algum político pode estar a serviço de facções criminosas, cabe ao governador do Maranhão representar aos órgãos de foro competente para que instaurem investigação a respeito, e formulem denúncia requerendo punição ao marginal. Mas, se possui indícios e nada faz além dos tweets, em tese, o governador pode estar cometendo crime de prevaricação, no mínimo.
Até onde se sabe, o governador não denunciou qualquer político aos órgãos de foro competente por suposto auxílio às facções. Como estamos em ano eleitoral — diante da força-tarefa montada pelo TSE, MPF e PF para combater esse tipo de praga —, se não está prevaricando, Dino pode ser enquadrado por disseminar fake news.
Nas duas possibilidades, não tendo como provar o que gravemente insinua, Dino apenas recria o factoide de Márcio Jerry.
Via Yure Almeida/ Atual 7