O Maranhão foi um dos estados que registrou maior queda
acumulada do Produto Interno Bruto (PIB - que é a soma de todas as riquezas
produzidas) em 2016 e 2017. Com percentual de -11,5%, é a terceira unidade da
Federação nesse ranking, atrás do Espírito Santo (-12,3%) e de Sergipe
(-11,8%). As informações foram divulgadas pela consultoria Tendência e têm por
base dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Vale destacar que o declínio registrado no Maranhão nesse
período é quase o dobro do apontado no Brasil, onde a queda acumulada no PIB
chegou a 6,9% em 2016 e 2017. O Maranhão está no grupo dos oito estados cujo
recuo acumulado do PIB passou dos 9%.
Segundo o levantamento da consultoria, estados como
Maranhão, Piauí e Bahia sofreram com uma “quebra severa da safra agrícola” no
período em questão. Outro possível causa apontada para a queda ocorrida em
estados da região Nordeste, foi o corte dos investimentos públicos, que
atingiram em 2017 seu menor nível em 50 anos como proporção do PIB.
Nesse período, houve queda acentuada também em outros
estados, caso do Amapá (-11,1%), Pernambuco (-10,5%), Amazonas (-10,2%), Bahia
(-9,9%) e Piauí (-9,3%). Em estados como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e
Rio Grande do Norte a queda tem explicação bem explícita: as unidades vivenciam
a consequência da recessão: a crise fiscal. O problema, inclusive, levou a
atrasos no pagamento do funcionalismo e a outros agravantes.
No caso do líder em queda, o Espírito Santo (-12,3%), a
explicação também é do conhecimento público. Segundo a consultoria Tendências,
a economia do estado é dependente da indústria extrativa, afetada em cheio pelo
desastre da mineradora Samarco. Isso porque o efeito da lama da barragem de
Fundão, que se rompeu em Mariana (MG), atingiu em cheio o estado vizinho.
Os estados de São Paulo (queda de 7%) e Rio de Janeiro
(6,6%) ficaram próximos da média nacional (-6,9%). As menores quedas estaduais
do PIB foram registradas em Roraima (-0,4%), Pará (-1,3%), Distrito Federal
(-4,2%) e Acre (-4,6%).
Declínio tem registro desde 2015 no estado
O Produto Interno Bruto (PIB) do Maranhão registra
resultados negativos desde 2015 - primeiro ano do governo Flávio Dino -, quando
houve queda de 4,1%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Em 2014, o PIB do estado havia registrado crescimento de
3,9%.
Outro dado negativo para o estado é que em 2015, o PIB per capita, no valor de
R$ 11.366,23, foi o menor no país, colocando o Maranhão na última posição
relativa no ranking nacional. O maior foi o Distrito Federal, no valor de R$
73.971,05.
O Maranhão, cujo PIB correspondeu a R$ 78,475 bilhões em
moeda corrente em 2015, ficou entre os nove estados que registram queda acima
da média do Brasil (-3,5%). O estado do Amapá teve o maior recuo no país
(-5,5%), seguido do Amazonas (-5,4%), Rio Grande do Sul (-4,6%), Goiás e Minas
Gerais (-4,3%), Santa Catarina e Pernambuco (-4,2) e São Paulo (-4,1%).
De acordo com as informações levantadas pelo IBGE, com esse
valor de R$ 78,475 bilhões a participação do Maranhão no PIB nacional
corresponde a 1,3% mantendo, além do que o estado mantém-se na 17ª posição no
país.
Os números do PIB vêm se somar a outros resultados negativos
verificados no Maranhão em 2015, a exemplo do emprego formal (com carteira
assinada), que pela primeira vez em 12 anos (de 2003 a 2014 sempre teve saldo
positivo) registrou déficit. Naquele ano, o estado perdeu 16.489 empregos
celetistas, redução de 3,36%.
SAIBA MAIS
Série histórica
Em 2015, pela primeira vez na série histórica iniciada em
2002, houve queda no volume do PIB de todas as unidades da federação, com Mato
Grosso do Sul (-0,3%), Roraima (-0,3%) e Tocantins (-0,4%) com os melhores resultados.
Queda acumulada do PIB 2016/2017
Espírito Santo 12,3%
Sergipe 11,8%
Maranhão 11,5%
Amapá 11,1%
Pernambuco 10,5%
Amazonas 10,2%
Bahia 9,9%
Piauí 9,3%
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