segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Flávio Dino busca apoio de Sarney para disputar presidência contra Bolsonaro



Eleito e reeleito governador do Maranhão sob discurso da mudança e da libertação, o ex-juiz federal Flávio Dino (PCdoB) busca agora apoio do ex-presidente e ex-senador da República José Sarney (MDB-MA) – até outro dia apontado por ele como responsável por meio século de atraso do estado – para conseguir disputar a Presidência da República em 2022 contra Jair Bolsonaro (PSL).

Em entrevista publicada na edição mais recente da revista IstoÉ, o comunista voltou a tecer elogios a Sarney, novamente o defendeu como “uma liderança política importante”, não escondeu que partiu dele a aproximação com o emedebista e reafirmou que pretende manter novos diálogos com o ex-adversário – apenas no campo nacional, se desdobra para explicar.

“O ex-presidente José Sarney é nosso adversário regional, mas também uma liderança política importante no Brasil. Na medida em que prego a busca de ampla interlocução, inclusive, em direção ao centro político, ao pensamento liberal no Brasil, é claro que, por dever de coerência, eu teria de dar uma demonstração prática de que não é em razão de contradições efetivamente existentes que você deve sacrificar o principal. Sem que haja qualquer tipo de acordo regional, porque não houve, de fato, nem da parte dele, nem da minha parte, mantivemos e manteremos um bom diálogo a respeito dos temas nacionais. Esse é o caminho certo”, disse.

Apesar de ainda não ter o nome incluído em pesquisas de intenção de votos sobre o próximo pleito ao Palácio do Planalto, Dino tem se movimentado nos bastidores e publicamente para ser escolhido como o candidato da esquerda, com o apoio do ex-presidente Lula (PT), e do centro.

Em julho, em entrevista à agência Pública – em que atacou Bolsonaro, Sergio Moro e a Lava Jato –, o comunista já havia sustentado que não teria agindo com incoerência ao procurar Sarney, na residência do ex-presidente, em Brasília (DF), para tratar sobre política.

“O que me motivou e com certeza motivou a ele, e isso ficou claro na conversa, foi essa leitura do quadro nacional. E ao mesmo tempo, da minha parte, um reconhecimento de que as disputas políticas no Maranhão não acontecerão mais do mesmo modo”, destacou, enigmático.

Sobre a aliança esdrúxula, até o momento, entre os políticos maranhenses apenas o deputado estadual Wellington do Curso (PSDB) tem feito críticas e manifestado repúdio a dualidade de Flávio Dino.
“O que mudou? O que mudou para o governador Flávio Dino? Se antes José Sarney era o atraso, ele vai em busca do atraso? Tem algo errado, tem algum golpe se aproximando. Ele fala tanto de golpe, tem algum golpe se aproximando”, alertou o tucano.

Via ATual 7

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