A Polícia Federal deflagou na manhã desta terça-feira a
operação “For All” que tem como principal alvo a banda cearense Aviões do
Forró. A ação busca investigar fraudes no imposto de renda praticados pelo
grupo cearense. As investigações apontam que o grupo que administra a
banda estaria fornecendo dados falsos e omitindo informações relevantes em suas
declarações de Imposto de Renda, para livrar-se da cobrança de tributos,
além da possível ocorrência de lavagem de capitais, falsidade ideológica e associação
criminosa.
Estão sendo cumpridos 32 mandados de condução coercitiva e
44 de busca e apreensão nas cidades de Fortaleza e Russas, no Ceará, e
Souza, na Paraíba, além de terem sido decretados os bloqueios de imóveis e
veículos de pessoas ligadas a um grupo empresarial atuante no ramo do
entretenimento e responsável por grandes bandas de forró e casas de shows do
Ceará. A operação tem o apoio da Receita Federal.
Integrantes da banda Aviões do Forró também são alvos da
operação e há mandados contra os cantores. Os envolvidos tiveram seus
sigilos fiscais quebrados pela investigação, o que ajudou a localizar diversas
pessoas físicas e jurídicas envolvidas e utilizadas para a prática dos
delitos.
Os fãs do grupo de forró cearense vão se lembrar que a banda
já ‘antecipou’ em um de seus sucessos que poderia ser alvo de uma operação. A
música “Corra que a Polícia Vem Aí” começa assim: “Eu cheguei do forró/ Eu não
quero mais dançar/ Eu não vivo, mas cuidado/ Que a polícia vem aí!”
De acordo com a investigação, o grupo ainda adquiria
bens, como veículos e imóveis, sem declará-los à Receita Federal e foram
encontradas divergências sobre valores pagos a título de distribuição de lucros
e dividendos, movimentações bancárias incompatíveis com os rendimentos
declarados, pagamentos elevados em espécie, além das diversas variações
patrimoniais a descoberto. Há indícios de lavagem de capitais,
falsidade ideológica e associação criminosa.
A PF informa que o nome “For All” (para todos) é uma
associação aos bailes dados por engenheiros britânicos, instalados em
Pernambuco no início do século XX para construir a ferrovia Great Western,
que promoviam bailes abertos ao público (for all). Assim, o termo passaria
a ser pronunciado “forró” pelos nordestinos.
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