Enquanto o PT ignorava na noite desta terça-feira a
avalanche de escândalos que envolve o partido - e recorria a argumentos de
palanque para afirmar que a sigla não é conivente com a corrupção, o Brasil
voltou a bater panelas contra a legenda e o governo da presidente Dilma
Rousseff. Foram registrados buzinaços e panelaços em São Paulo, Minas Gerais,
Rio de Janeiro, Paraná , Santa Catarina, Goiás, Espírito Santo, Rio Grande do
Sul, Bahia, Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Ceará, Paraíba e Pará, além do
Distrito Federal. Dilma optou por não gravar mensagem para o programa, mas as
aparições do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente do
partido, Rui Falcão, foram suficientes para inflar o protesto.
Não é a primeira vez que o país reage com panelaços ao
discurso petista: em 8 de março, houve protestos em diversas capitais durante o
pronunciamento da presidente Dilma por ocasião do Dia da Mulher. Pouco depois,
mais manifestações marcaram a exibição de coletiva dos ministros José Eduardo
Cardozo (Justiça) e Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) sobre os
protestos de 15 de março. Desde então, a presidente tem evitado expor sua
imagem: não fez pronunciamento no Dia do Trabalho e não fará no Dia das Mães.
Dilma também não gravou mensagem para o programa exibido nesta noite pelo PT.
Na TV, o PT afirmou que colocou "mais gente importante
na cadeia por corrupção do que nos outros governos" - ignorando que tenha
fornecido boa parte desses criminosos. E, embora a sigla tenha tratado
mensaleiros condenados como "heróis do povo brasileiro", Falcão
afirmou que o partido vai expulsar da legenda qualquer petista que tenha
cometido malfeitos e for condenado pela Justiça.
Repetindo o discurso de campanha, o partido culpou a crise
mundial pelo grave quadro econômico que o Brasil hoje atravessa - e disse que
luta contra o arrocho salarial, a inflação altíssima e o desemprego que afirma
terem caracterizado governos anteriores. Em março, a taxa de desemprego no país
ficou em 6,2%, a maior desde maio de 2011. Em um ano, o número de desempregados
cresceu 23,1%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu
1,32% em março, atingindo o maior nível desde fevereiro de 2003. No acumulado
de doze meses, a inflação está em 8,13%, bem distante do teto da meta do Banco
Central, de 6,5%.
Da Veja
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