A juíza que mandou soltar dois dos 22 suspeitos detidos de
participar nos ataques a ônibus noMaranhão, Lewman de Moura Silva, vem sendo
alvo de ofensas na internet, segundo o Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA).
Em sessão na tarde de quarta-feira (5), o desembargador Jamil Gedeon manifestou
apoio à magistrada.
“Outra atitude não poderia ter a juíza. Ela agiu conforme a
Lei. Nesse sentido, manifestamos nossa solidariedade”, declarou.
Segundo o TJ-MA, após a determinação, a juíza auxiliar da 1ª
Vara Criminal de São José de Ribamar, Lewman de Moura Silva, foi alvo de
críticas da população nas redes sociais e de parte da imprensa local, que
comentou o assunto por meio de blogs.
A magistrada decidiu pela libertação de Sansão dos Santos
Salles, de 19 anos, e Julian Jeferson Sousa da Silva, 21, no dia 23 de janeiro,
após pedido do Ministério Público do Maranhão. Segundo o MP, uma análise
criteriosa levou os quatro promotores do caso a considerarem que não existem
provas do envolvimento dos dois nos ataques.
A dupla estava no grupo de seis detidos, no dia 6 de
janeiro, por suspeita de promover o ataque a ônibus da Vila Sarney Filho que
matou de Ana Clara Santos Sousa, de 6 anos, e deixou outros quatro feridos, no
dia 3 de janeiro, no Maranhão. Com eles, foram presos Larravardiere Silva
Rodrigues de Sousa Júnior, de 31 anos, e mais três menores de 15, 16 e 17 anos.
Eles já foram denunciados pelo MP pela morte de Ana Clara.
Em nota, o MP reiterou que não foram encontrados indícios
para que uma denúncia contra Sansão e Julian fosse formalizada. O presidente da
Associação dos Magistrados do Maranhão, Gervásio Protásio, disse, em artigo
publicado no site da instituição, que as críticas desferidas contra a juíza
agridem não apenas uma magistrada, mas a todo o Judiciário brasileiro.
O delegado-adjunto de Polícia Civil, Marcos Affonso, já
havia comentado que, embora a dupla tenha sido detida junto com outros
envolvidos, não há provas contra os dois.
“Pode ser que ajam juntos em outros casos, mas, nesse caso
específico, com o aprofundamento das investigações em conjunto com o Ministério
Público, nós chegamos à conclusão de que, contra esses dois, não tinha
elementos e provas”, explicou Affonso. “O clamor é muito grande, mas nós temos
que ter cautela. Não seria justo e ético manter essas pessoas presas por uma
coisa de que nós não temos provas de que participaram”, acrescentou.
Do Neto Cruz
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