Mais dois suicídios
são foram registrados no Maranhão e envolvendo jovens, um foi na semana passada
onde a jovem Vanessa de Codó tirou a própria vida, era casada e mãe de um filho
de dois anos, segundo informações os ciúmes excessivos pode ser a causa. Outro
registro aconteceu em São Luís nesta terça(23) onde uma adolescentes de 16 anos
também se suicidou. Era estudante do Centro de Ensino Cidade Operária II, na
turma 103, turno matutino. O gesto extremo aconteceu na madrugada, na
residência da própria vítima.
Um olhar atento
diante de uma série histórica mais longa de dados permite ver que o fenômeno
não é recente nem isolado em relação ao que acontece com a população
brasileira. Em 1980, a taxa de suicídios na faixa etária de 15 a 29 anos era de
4,4 por 100 mil habitantes; chegou a 4,1 em 1990 e a 4,5 em 2000. Assim, entre 1980
a 2014, houve um crescimento de 27,2%.
Pensamentos e sentimentos de baixa valia e baixa estima têm
um efeito tão grande que são capazes de encorajar uma pessoa a cometer
suicídio. A ideia do suicídio não surge “do nada”: ela é fruto de uma série de
pensamentos e sentimentos que assombram a pessoa há muito tempo, até que ela
resolva fazer alguma coisa a respeito.
Esses pensamentos geralmente estão relacionados às
experiências e crenças passadas ou a situações recentes que não foram
superadas. São pensamentos que carregam sentimentos de desamor, desamparo e
desvalor.
Pensamentos suicidas são silenciosos e de difícil
identificação, uma vez que dificilmente são expressados em palavras. Apesar
disso, é possível identificar características suicidas por meio da convivência
e de conversas e convivência. Veja alguns exemplos de pensamentos que antecedem
o suicídio:
– “Eu não sou bem-vindo”;
– “Sou um peso e só dou trabalho para as pessoas”;
– “Eu não mereço ser feliz/ não sei o que é ser feliz”;
– “Eu não me amo/ eu sou um lixo”;
– “Eu não tenho capacidade para fazer nada/ faço tudo
errado”;
– “Não aguento mais/ quero sumir/ quero morrer”;
– “Tudo é difícil para mim/ nada dá certo”;
– “Nada mais faz sentido/ tudo perdeu a graça”;
– “As pessoas não gostam de mim, ninguém me ama”;
– “Não tenho sonhos/ nada mais vale a pena”;
– “Eu não sou capaz de suportar esse trauma” (seja ele qual
for);
– “Eu não faço diferença na vida das pessoas”;
– “Se eu viver ou morrer, tanto faz”.
Vale destacar que esses pensamentos são comumente
encontrados em pessoas que apresentam um quadro depressivo ou problemas
relacionados à estima, mas que não necessariamente estão pensando em suicídio.
É importante um acompanhamento psiquiátrico e psicológico para chegar a algum
diagnóstico.
Como ajudar um amigo com pensamentos suicidas?
Antes de qualquer coisa, converse com a pessoa, escutando
tudo o que ela tem a dizer e evitando julgamentos. É importante alertar a
família, sempre mantendo a calma, e orientar que não deixem a pessoa sozinha,
retirem o acesso a qualquer coisa que possa representar um risco (remédios,
armas e substâncias tóxicas), e pedir que busquem ajuda profissional
urgentemente. Além disso, adote os seguintes cuidados:
– Jamais duvide ou desafie a pessoa que ameaça suicídio,
pois isso pode potencializar o desejo;
– É comum que a pessoa fale apenas dos pontos negativos,
afinal, ela não enxerga outra coisa nesse momento. Fale com ela sobre sua
família, sobre o quanto as pessoas precisam dela, a importância de seu papel no
mundo e na vida das pessoas que a rodeiam, especialmente se ela tiver filhos.
Ela precisa lembrar das coisas que a fazem querer continuar;
– Peça que a pessoa fale sobre suas conquistas e, se você a
conhece bem, relembre dos momentos nos quais ela foi vitoriosa, sempre
afirmando que ela é capaz de realizar coisas. Depois que ela entrar em contato
com suas vitorias, pergunte quais sonhos ela ainda não realizou, lembrando que
ela tem motivos para continuar e é capaz de realizar.
Se você está passando por isso ou conhece alguém que esteja
com pensamentos suicidas, não deixe de buscar ajuda. Lembre-se: a vida é um
presente, e não pode ser desperdiçada. O desespero e a desesperança jamais
devem ser maiores que a vontade de viver.
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