Ação requer condenação de três ex-prefeitos, de quatro
ex-secretários municipais e do ex-coordenador do Fundo Municipal de Saúde por
desvio de recursos do Fundo Nacional de Saúde.
Por meio de Ação Civil Pública por Ato de Improbidade
Administrativa ajuizada em 16 de outubro, o Ministério Público do Maranhão
(MPMA) tenta responsabilizar legalmente oito ex-gestores municipais de Rosário
(a 70 km de São Luís), envolvidos na má utilização e no desvio de
aproximadamente R$ 6,9 milhões dos recursos transferidos durante o período que
compreende os anos de 2001 a 2012 pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) para o
município.
Na Ação – assinada pela titular da 1ª Promotoria de Justiça
da Comarca de Rosário, Elisabeth Albuquerque de Sousa Mendonça -, são citados
os ex-prefeitos do município Raimundo João Pires Saldanha Neto (2001-2004),
Ivaldo Antônio Cavalcante (2005-2008) e Marconi Bimba Carvalho de Aquino
(2009-2012).
Também são citados os ex-titulares da Secretaria de Saúde do
município Antônia de Mesquita Silva, Maria do Socorro Morais Padre e Raimundo
José Sousa Sena. O ex-coordenador do Fundo Municipal de Saúde de Rosário, José
de Jesus Silva Santos, e o ex-secretário de Finanças do município, José Ribamar
Coelho Castro, figuram, ainda, como réus na ação do MPMA.
A manifestação do Ministério Público é baseada nas
constatações da inspeção realizada em março e abril de 2011 pelo Departamento
Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus) para verificar o
funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) no município. A vistoria federal
concluiu que “a atenção básica e estratégia de saúde da família prestada no
município de Rosário não atendia às normas do Ministério da Saúde, preconizadas
na Política Nacional da Atenção Básica”.
Durante a auditoria, foi verificada a existência de equipes
médicas e odontológicas incompletas, unidades de saúde sem estrutura física e
equipamentos necessários e carga horária abaixo do que recomenda a Política
Nacional da Atenção Básica, entre outras irregularidades. Também foi constatado
que o número de equipes de Saúde Bucal existentes no município não correspondia
aos recursos transferidos pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS).
Outra constatação da vistoria do Denasus foi a ausência de
contratos de prestação de serviços com profissionais das equipes de Saúde da
Família e Saúde Bucal.
A irregularidade mais grave verificada pelo Denasus foi a
falta de comprovantes referentes a despesas feitas durante os exercícios
financeiros de 2002, 2003 e 2007, totalizando prejuízos de R$ 4.584.498,15 aos
cofres públicos. Por sua vez, a ausência de comprovação de despesas nos
exercícios financeiros de 2009, 2010 e 2011 causou prejuízos de R$ 258,7 mil aos
cofres público.
SANÇÕES
Na Ação, a representante do MPMA requer que os ex-prefeitos
Ivaldo Cavalcante e Raimundo Saldanha Neto e os ex-secretários de Finanças e
Saúde, respectivamente José Ribamar Castro e Raimundo Sena, sejam condenados ao
ressarcimento integral do valor atualizado monetariamente de R$ 4.584,498,15.
A promotora Elisabeth Mendonça também solicita a condenação
do ex-prefeito Marconi Bimba, das ex-secretárias de Saúde Antonia de Mesquita
Silva e Maria do Socorro Padre e do ex-coordenador do Fundo Municipal de Saúde,
José de Jesus Santos ao ressarcimento integral de R$ 2.320.557,76
De acordo com o pedido do MPMA, a suspensão dos direitos
políticos por cinco anos, o pagamento de multa no valor de 100 vezes o valor de
sua remuneração à época e a proibição de contratar com o Poder Público ou
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios por três anos devem ser
aplicados a todos os ex-gestores.
Envolvidos na má utilização e no desvio de aproximadamente R$ 6,9 milhões dos recursos transferidos durante o período que compreende os anos de 2001 a 2012 pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) para o município.
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