domingo, 30 de março de 2014

Uma Ilha cercada de fezes...


Os senhores sabiam que todos os prédios habitados na península não dispõem de ligação de água, são abastecidos por carros pipas, já que poços artesianos no local dificilmente dão água potável? Da mesma forma, todos os seus dejetos são derramados in-natura nas praias( aí se inclua prédios da área litorânea da cidade) por não haver estação de tratamento?

Os senhores sabiam que em 2012, em função de um trabalho de pesquisa do Instituto de Biologia da UFMA, que alertou o perigo de surtos eminente de hepatite A e esquistosomose de todas as praias da grande São Luis, exceção de Panaquatira, foi feita uma análise e elas foram consideradas impróprias para o banho com uma contaminação que variava de 2.000 a 25.000 quando máximo permitido é de até 1.000?

Que em função da grande repercussão sanitária do fato que influiu enormemente no turismo e afastou a população das prais, deu-se um jeitinho, desconsiderando-se os parâmetros exigidos, e de um dia para outro as praias foram tornadas balneáveis, sem que nenhuma providência fossem tomadas, ATÉ HOJE, que justificassem a descontaminação, havendo o Estado negado oficialmente o fato?

Que a manipulação desavergonhada levou, na ocasião o MPF, no entanto, questionar a metodologia que foi adotada pelo governo do Estado para aferir a poluição das praias? Que a única prova desta mutreta apresentada ao público foi a do Secretário de Saúde mergulhando na praia do Calhau."?

Que, como é mais fácil pegar uma mentira do que o coxo, dias depois o Ministério do Turismo mandou R$ 30 milhões de reais para....despoluir as praias do litoral de São Luis, que se não estavam poluídas tomou que rumo?*Lei aprovada, vetada pela governadora Roseana Sarney( previsível) mas , pasmem derrubado o veto e tomando a forma de lei.

Como a lei do estacionamento, das câmeras externas nos bancos, a lei das carroças, a do tempo da fila nos bancos, a Assembleia legislativa aprovou em 2010 uma lei dispondo sobre a construção de estações de tratamento sanitário(ETS) sanitário em edifícios e condomínios, em municípios com mais de 20 mil habitantes, em todo o Estado do Maranhão, em edifícios com mais de três andares e condomínios com mais de 10 unidades.

Argumento do deputado Manoel Ribeiro que apresentou o projeto, agora é uma letra morta. "Como se não bastasse, os edifícios e condomínios, que afloram em diferentes pontos da cidade, despejam os dejetos e água servida na rede de esgoto tradicional, que já está jorrando a céu aberto."

Bom, para encerrar, uma perguntinha: Por que todos os Prefeitos da cidade continuam dando alvarás de construção e habite-se para prédios sem água e sem esgoto tratado. E mais:Quem se habilita para evitar que os maranhenses e outros egressos incautos continuem se contaminando, fiando-se no Estado, com águas que são verdadeiros caldos de fezes?

por Chico Viana

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