Uma das
instituições mais antigas do País no atendimento a pessoas com deficiência, a
Apae (Associação de Pais e Amigos de Excepcionais) está preocupada com a
proposta do novo PNE (Plano Nacional de Educação), em fase final de votação no
Congresso Nacional. Aprovado, será lei e a principal diretriz para os próximos
dez anos da Educação brasileira.
O debate
sobre como proporcionar o direito à educação para crianças e adolescentes com
deficiência, e se ela deve acontecer nas mesmas salas de aula de alunos sem
deficiência ou em instituições criadas para esse objetivo retornou com a
proposta do PNE: a Meta 4 do plano estabelece que uma das prioridades da Educação no Brasil na
próxima década será “universalizar, para a população de quatro a 17 anos, o
atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino”.
Além do PNE,
outro projeto de lei em tramitação no Congresso preocupa as Apaes, que atendem
hoje, segundo números da federação nacional da entidade, a cerca de 240 mil
deficientes em 2.140 unidades que funcionam de forma independente, integrada ou
conveniada ao poder público. A proposta de 2010 do senador cearense José
Pimentel (PT) pretende cortar o repasse de verbas públicas para as associações
a partir de 2016, o que levaria ao fim gradual das unidades. Diversas
manifestações de professores e dirigentes da associação em parceria com
familiares de alunos têm acontecido para evitar que o projeto seja aprovado.
Na cidade de
Rosário, a prefeitura tem dado todo o apoio a APAE, que funciona de forma a dar
um atendimento de qualidade aos alunos especiais. Com salas adaptadas, com ar
condicionado, materiais didáticos e profissionais competentes, quem agradece são
os alunos e os pais, apesar do município não receber verba específica para a
APAE.
Criada em
1954, a Apae defende a manutenção do que já está na LDB (Lei de Diretrizes e
Bases da Educação), que define que a educação de alunos com deficiência deve
ser feita “preferencialmente” na rede regular de ensino. Juntas, atendem a
cerca de 240 mil pessoas com deficiência.
Na prática,
isso significa a continuidade do modelo híbrido que existe hoje, ou seja, a
convivência de instituições específicas para o ensino de deficientes com a
inclusão em salas com alunos não deficientes. A Federação Nacional de Apaes
denomina de "inclusivistas radicais" aqueles que defendem o texto
original da Meta 4 do PNE e afirma que as escolas regulares não são capazes de
receber os alunos com alto grau de deficiência atendidos pela instituição.
“Sem a
palavra preferencialmente no texto do PNE, as pessoas com deficiência e suas
famílias perderão o direito democrático de escolha. Não terão como escolher a
escola onde querem estudar. A homogeneidade como modelo é discriminação. A
heterogeneidade permite o olhar a cada especificidade
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